Na sessão da última terça-feira (29) foi aprovado, por unanimidade, o Projeto de Resolução (PR) 5/2024, que altera o Regimento Interno da Câmara Municipal de Venda Nova do Imigrante, que disciplina a votação das proposições e inclui a possibilidade de abstenção de voto. “O presente projeto busca aprimorar o regimento interno desta Casa de Leis, observando os princípios constitucionais, em especial o da legalidade, impessoalidade e moralidade”, informa a justificativa da matéria.
Os vereadores também votaram e aprovaram a Moção de Pesar 18/2024 às famílias Altoé e Caliman pelo falecimento da senhora Luiza Altoé Caliman, ocorrido em 6 de agosto de 2024. "Dona Luiza foi uma das pioneiras em um trabalho que é hoje uma referência nacional de voluntariado: a 'Associação da Voluntárias Pró-Hospital Padre Máximo'. Destacou-se, principalmente, na execução de abrolha e frivolité, técnicas utilizadas para trançar fios que seriam usados nos bicos de toalhas e rendas. Enquanto suas forças permitiram, uma ou duas vezes por semana fazia a pé o percurso de dois km da sua residência, em Lavrinhas, até a sede das voluntárias para dedicar seu tempo e seus talentos para o trabalho voluntariado. Em seus 100 anos de vida foi um exemplo de esposa, mãe, solidariedade e doação a todos que tiveram o privilégio de conviver com Dona Luiza, que viveu uma existência dedicada a servir e ajudar ao próximo, sempre com o coração leve e cheio de alegria, bondade e paz".
Veja um pouco mais da história da senhora Luiza Altoé Caliman:
"Luiza Altoé Caliman nasceu em Jaciguá, distrito de Vargem Alta, em 1º de novembro de 1924, filha de Ângelo Altoé e Ana Agrizzi, agricultores, descendentes dos primeiros imigrantes italianos no Espírito Santo. Aos três anos de idade perdeu a mãe, que faleceu durante o parto de um irmão mais novo. Em decorrência do triste e doloroso episódio, foi criada pelos avós maternos até o momento em que seu pai casou-se novamente.
Ao todo, eram 12 irmãos (10 mulheres e dois homens), como costume da época, além das atividades domésticas, as mulheres trabalhavam ajudando o pai no cultivo da lavoura. Muito habilidosa nas atividades manuais de costura, bordados e tecelagem como tricô e crochê, dedicava-se a confeccionar com muita beleza os enxovais de casa (toalhas e panos de prato feitas a partir do aproveitamento de sacos brancos de açúcar), centros de mesa e costura de roupas para a família, tudo isso aproveitando os poucos momentos de folga, quase sempre à noite, à luz de lamparina e depois do exaustivo dia de trabalho.
Aos 26 anos de idade, em 19 de maio de 1951, casou-se com Pedro Caliman, vindo a residir em Venda Nova do Imigrante, Lavrinhas, na residência dos sogros, como era tradição à época. Morando junto com a família do Sr. Vitorino Caliman e Almerinda Zorzal teve seus primeiros filhos e, posteriormente, com o crescimento da família, mudaram-se para uma casa próxima. Levantava todos os dias antes do raiar do sol para iniciar os trabalhos domésticos, cuidando dos filhos, da casa, dos animais (da ordenha de leite, porcos e galinha) recolhimento de lenha para o fogão. Ainda auxiliava o marido no cultivo da lavoura. Teve uma vida de muito trabalho e dedicação à família, ensinando os princípios baseados nos ensinamentos da religião Católica. Era dona de uma personalidade dócil e calma e se dedicava com muita devoção à família e ao cuidado e a educação dos seus 10 filhos.
Em Venda Nova, devido à sua grande delicadeza e habilidade com as mãos, se tornou a referência na aplicação de injeções e vacinas, atendendo a todos que precisassem receber medicação por meio de injeções. Quando o doente era acamado e não tinha condições de ir até a localidade Lavrinhas, onde residia, prontamente dona Luiza, portando seu kit de agulhas de aço, seringas de vidro, álcool e algodão ia até a casa do acamado para fazer a aplicação do medicamento necessário.
Importante lembrar que, naquela época, não existia carro no município e a locomoção era feita a cavalo ou a pé. Sua habilidade com os trabalhos manuais se destacava pelo capricho, perfeição e beleza. Na casa do Sr. Vitorino, sempre se mostrou disponível e paciente ao ensinar as cunhadas e também as filhas os diversos tipos de trabalhos manuais como: costura das roupas da família, bordados de toalhas de cama, mesa banho, roupinhas de bebês e também tecelagem de roupas de inverno em tricô.
Quando os filhos cresceram, dispondo de um pouco de tempo livre se uniu a um grupo de mulheres para executar atividades filantrópicas em benefício do Hospital Padre Máximo, que recebia poucos recursos para sua manutenção e precisava de apoio para continuar a socorrer toda comunidade. O grupo de mulheres iniciou consertando e costurando os lençóis e rouparias utilizados pelos pacientes, porém, perceberam que faltavam muitos materiais e o hospital não dispunha de recursos para adquirir. Então, o trabalho foi evoluindo e começaram a fazer trabalhos manuais com o objetivo de venda para arrecadação de recursos financeiros que seriam aplicados na aquisição de materiais que o hospital necessitava.
Dona Luiza foi uma das pioneiras em um trabalho que é hoje uma referência nacional de voluntariado: a 'Associação da Voluntárias Pró-Hospital Padre Máximo'. Destacou-se, principalmente, na execução de abrolha e frivolité, técnicas utilizadas para trançar fios que seriam usados nos bicos de toalhas e rendas. Enquanto suas forças permitiram, uma ou duas vezes por semana fazia a pé o percurso de dois km da sua residência, em Lavrinhas, até a sede das voluntárias para dedicar seu tempo e seus talentos para o trabalho voluntariado. Em seus 100 anos de vida foi um exemplo de esposa, mãe, solidariedade e doação a todos que tiveram o privilégio de conviver com Dona Luiza, que viveu uma existência dedicada a servir e ajudar ao próximo, sempre com o coração leve e cheio de alegria, bondade e paz.
Deixou 10 filhos: Nadir Caliman, Osmar Caliman, Vilma Caliman, José Alício Caliman, Ana Dalva Caliman, Jair Caliman, Neuza Caliman, Almir Caliman, Mirian Caliman, Marcio Caliman; 14 netos: Diego Matos Caliman, Thiago Matos Caliman, Mariana Caliman, Camila Caliman, Matheus Machado Caliman, Veronica Machado Caliman, Erika Caliman Iwabuchi, Kenzo Caliman Iwabuchi (in memorian), Renato Caliman, Lorena Caliman, Lucas Caliman Vianna, Evandro Moreira Caliman, Luana Moreira Caliman, Erick Moreira Caliman e três bisnetos: Natan Rassele Caliman, Melina Caliman Rey e Vicenzo Mendonça Caliman.
Hoje, ao lembrarmos de sua trajetória, prestamos uma justa homenagem a essa cidadã exemplar que, com seu trabalho e dedicação, contribuiu para o desenvolvimento de nosso município. Sendo assim, esta Câmara não poderia deixar de se associar a este pesar rogando a Deus que traga conforto aos corações enlutados com a perda do ente querido, especialmente filhos, netos e bisnetos, nossas sinceras condolências. Mesmo quando sentirem que caminham sós, Deus continua ao lado, e se caírem, Ele amparará na queda e ajudará a levantar. Acreditem sempre e confiem em Deus, pois para Ele não existem impossíveis, Ele apenas dá a cada um de nós aquilo que conseguimos suportar".
Receba novidades por e-mail ou siga nossas redes sociais
De segunda à sexta, das 12h às 18h
(28) 3546-1149
WhatsApp
(28) 99946-1818
Todas as terças-feiras 19h
Av. Evandi Américo Comarella, nº 385 - 4º andar - Esplanada - Venda Nova do Imigrante – ES - CEP: 29375-000