Celina Januário Moreira representou a população negra na 54ª Sessão Ordinária
No dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data recorda o dia no qual Zumbi dos Palmares foi assassinado, 20 de novembro de 1695. Zumbi foi líder do Quilombo de Palmares, um refúgio dos escravos, e durante sua vida lutou contra a escravidão. A data foi criada com o objetivo de refletir sobre a situação dos negros no Brasil, e reconhecer a sua importância para a construção do nosso país como nação.
Mesmo em uma sociedade que ainda legitima o racismo, vemos mulheres negras sendo exemplo de garra, determinação e admiração por onde passam, como a Diretora Celina Januário Moreira. Celina é a diretora de uma das escolas mais importantes e tradicionais de Venda Nova, a Escola Fioravante Caliman. O desafio não a assusta, na verdade, ela o encara de frente com maestria, disciplina e autoridade, sendo respeitada por pais, alunos e pela equipe que faz parte da instituição.
Celina foi convidada a fazer uso da Tribuna
Celina foi convidada, ao final da Sessão, para fazer uso da Tribuna. A diretora explicou que, o que a motivou a vir falar sobre o Dia da Consciência Negra, foi pensar em sua trajetória e na história de todo o povo negro. “Meu pai e minha mãe vieram na década de 60 (para Venda Nova) como colonos. Eu nasci aqui, tenho muito orgulho e respeito. O que posso fazer para somar, faço todos os dias, a motivação foi essa: pensar em toda a trajetória, toda a história, que carregamos, o respeito que aprendemos a ter com a história do nosso povo, não só pensando no passado, mas no dia a dia”, explicou.
A diretora esclareceu que o Dia da Consciência Negra é uma data simbólica e importante, porém, nem todas as pessoas negras enxergam dessa forma. É necessário admirar, respeitar e ter orgulho da própria história. Ela destacou que o Brasil já teve alguns avanços na luta contra o racismo, principalmente em relação às leis.
Celina falou do sofrimento que o racismo provoca em quem é vítima. “O racismo é perverso, ele é cruel, é um dos piores males que a humanidade tem. Ele gera o conflito e gera a violência. É muito difícil compreender a dor do outro, pois o racismo atinge a alma. Quem não passa pelo processo, não entende como isso atinge a nossa honra”, relatou. Ela ainda citou o desrespeito de quem usa a cor e o cabelo do povo negro como fantasia. “Nossa cor e nosso cabelo são as nossas identidades. Não são fantasias! Pessoas que não são negras não podem se apropriar do que faz parte da gente, usando em forma de deboche, de diminuir, de ridicularizar e se apropriando da nossa identidade”.
Ela esclareceu que ninguém nasce racista, mas aprende a ser. Mesmo as pessoas negras, quando são crianças e adolescentes, não têm consciência do que é ser negro. “Tive que aprender, através das piores situações começamos a ter noção do que é ser um homem e mulher negros nesse país”, relatou.
Celina destacou a importância do diálogo e da valorização da cultura negra. “Eu também tenho a esperança que mais homens e mulheres negros deem conta da sua história, valorizem e respeitem. Só através da educação podemos chegar onde queremos”, finalizou.
Os Edis parabenizaram Celina pela sua fala, pelo seu trabalho e competência. Eles a agradeceram pelo seu relato e reiteraram que a luta contra o racismo deve ser diária e feita por todos.
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