Quatro moradores de Viçosinha e São João, a Secretária de Meio Ambiente e dono de uma granja fizeram uso da Tribuna e falaram sobre a questão das moscas
Quatro moradores de Viçosinha, São João e Camargo, a Secretária de Meio Ambiente, Sabrina Silva Zandonade, e Dalton Perim, dono de uma granja, fizeram uso da Tribuna na 55ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada ontem (13) e falaram sobre a questão das moscas, de acordo com a experiência de cada um.
O primeiro a falar foi Celmo Augusto, empresário da comunidade do Camargo, que falou sobre os desconfortos que as moscas estão trazendo para a população. “A vida está complicada para nós. Nossa função aqui é pedir uma solução. As moscas trazem doenças, o meu filho teve berne, que é causado por causa das delas. Precisamos que a fiscalização seja mais rigorosa”, declarou.
Stanislaw Duda Deps Almeida, que tem uma cervejaria na Viçosinha, foi o próximo a usar a Tribuna. Ele falou que o seu empreendimento está fechado por causa das moscas, visto que não tem como receber os clientes e oferecer o nível de qualidade que estão acostumados. Stanislaw relembrou que o problema já vem desde março de 2021, quando protocolou um abaixo assinado no IDAF e na Prefeitura. “A prefeitura aplicou multa, as medidas foram tomadas e hoje nos encontramos aqui, um ano e nove meses, na mesma situação”, explicou.
Stanislaw esclareceu que a própria população tentou tomar medidas alternativas que auxiliassem no controle das moscas, como barreiras e armadilhas ecológicas, mas que não funcionaram em virtude da quantidade de moscas. “Estamos no mesmo patamar de março de 2021, com o agravante de que está se espalhando para o centro. Não somos favoráveis aos fechamentos das granjas, mas que haja uma harmonia. Uma atividade exercida por uma empresa não pode ser superior à outra”, defendeu.
O representante da comunidade de São João e da Associação Pró-melhoramento, Rodrigo Pizzol Venturim, afirmou que a situação está à beira de uma calamidade sanitária. “Sou a favor dos empreendimentos, mas precisamos alcançar um equilíbrio. Precisamos ser mais efetivos nas ações tomadas. Promovemos um abaixo-assinado dentro da lei e distribuímos nas comunidades. Conseguimos quase 400 assinaturas, em quatro, cinco dias e foi protocolado no Ministério Público”, esclareceu.
Rodrigo citou o exemplo de Santa Maria de Jetibá que tem um bom convívio com as granjas. “Sempre somos exemplo para o estado em muitos pontos. Temos orgulho do agroturismo e do voluntariado, mas hoje temos vergonha de receber pessoas em nossas casas, porque estão tomadas de moscas. Estamos pedindo socorro e apoio”, finalizou.
A empresária Ana Venturim foi a última representante da comunidade a usar a palavra. Ana falou que o problema, na verdade, já vem acontecendo há três anos e dos prejuízos que a sua empresa está tendo por causa das moscas. “Estamos sentindo nossos trabalhos escorrendo pelos dedos. São 32 anos de trabalho da nossa família sendo esvaziado pelas moscas e pela atividade irresponsável de alguns empresários”, lamentou.
Ana falou sobre o aumento de gastos que a empresa está tendo com as dedetizações, visto que anteriormente eram feitas duas por ano e, agora, foram oito. “A capital nacional do agroturismo está virando a capital nacional das moscas”, finalizou.
A Secretária de Meio Ambiente, Sabrina Silva Zandonade, foi a próxima falar e explicou todas as ações realizadas pelo Poder Executivo. “Temos a comunidade falando que a Secretaria não faz o seu papel e, por outro lado, as empresas falando que a Secretaria está em excesso”, afirmou.
Sabrina falou que o papel da Secretaria é fiscalizar o cumprimento dos controles ambientais. “Nosso papel não é dizer o que a empresa precisa fazer, mas verificar se os controles ambientais estão surtindo efeitos. Todos os empreendimentos precisam ter um responsável técnico. É ele quem indica ao proprietário o que precisa fazer para se adequar. Semanalmente, os fiscais estão em todos os empreendimentos que fiscalizamos de avicultura”, explicou. A Secretária também falou das ações junto com o Ministério Público e se colocou à disposição para esclarecer qualquer dúvida que a população tenha.
O último a falar foi o responsável por uma das granjas, Dalton Perim. O ex-prefeito explicou que todas as medidas cobradas pela Prefeitura foram cumpridas. “As moscas estão no município inteiro. Temos que reconhecer que pode ser um problema biológico ou climático. Tudo isso leva a crer que não é algo que está sendo deixado de fazer”, afirmou. O empresário criticou as multas dadas às empresas e disse que prefere cumprir com as obrigações do que receber penalidades.
Os vereadores se colocaram à disposição para auxiliar em encontrar uma solução para o problema que seja um equilíbrio para o poder público, granjas e comunidade.
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