O Sr. Cleto Venturim após os cumprimentos disse que estava ali hoje incumbido de uma missão talvez repetitiva para alguém que já conhece a história da Aagrope - Associação de Agropecuarista de Venda Nova do Imigrante. Uma das entidades como tantas que aqui tem, mas uma entidade fundada em 1992. Naquela época com a intenção de agregar produtores para comprar insumos, ração e para baratear os custos da produção. Começando as reuniões e conversas essa Associação foi evoluindo a intenção das pessoas e formamos uma entidade que a maioria conhece como laticínio. Falando em nome da Associação que hoje congrega vinte  um associados com objetivo básico de desenvolver ações voltadas para a valorização da pecuária de leite no Município bem como do produtor rural e sua família na realização do trabalho. Esse grupo realizou o trabalho com animais existentes no Município. Depois buscamos novas matrizes em outros Municípios, outros Estados e até em outros Países. Esse trabalho pode evoluir graças a alguns fatores dentre os quais nós destacamos a disposição dos pecuaristas em entender que a atividade da pecuária de leite é mais uma opção para composição da renda das propriedades bem como a geração de novos empregos. Aliando assim o fator econômico no desenvolvimento social e sustentado. O grupo através de sua organização conta hoje com um patrimônio estimado, evidentemente em números redondos de um milhão e novecentos mil reais em benfeitorias as quais são currais, estábulos, salas de ordenha, maquinários, rebanho, pastagens, capineiras, estruturas para silagem, equipamentos para irrigação e ordenha mecânica. Essa organização proporcionou um  incremento significativo no sistema de produção de leite do Município. Hoje a média de produção do rebanho leiteiro do Município nos últimos três anos a nível de curral é de 16,8 quilos animais ao dia. Muito superior a média nacional que a maioria dos Senhores sabem que é de três a quatro litros. Como ponto de apoio a este trabalho, destaca-se a implantação do núcleo de inseminação artificial apoiado pela Prefeitura, com apoio de técnicos da Emater e um grande trabalho de parceria junto a iniciativa privada da área de pecuária de leite. Hoje além do capital imobilizado para segurança da atividade, destaca-se a implantação de um laticínio com capacidade de recepção de cinco mil litros de leite por dia destinados a industrialização do produto e sua pasteurização, bem como a produção de queijos, iogurte e outros produtos. Hoje a pecuária de leite do Município oportuniza a geração de novos empregos em todo o sistema de produção, congregando setenta empregos em todo o sistema de produção. Estamos nos referindo aos Associados da Aagrope. Evidente e os Senhores sabem que não são só os vinte e um Associados da Aagrope que produzem leite em Venda Nova. Temos outras pessoas e o outro ocupante da Tribuna também falará sobre isso. Estamos falando em nome desses vinte e um associados que formam este quadro que nós podemos traçar. Resumindo são praticamente setenta famílias, o patrimônio é de mais de um milhão de reais, isso sem contar com as terras, pois estávamos falando em benfeitorias. Então diante dessa situação toda, de toda nossa luta, nós ficamos de certo modo satisfeitos ao ver este Ofício da Secretaria Municipal da Saúde que proíbe a venda de queijos e produtos lactos que não tenham a inscrição no SIF que é o Selo de Inspeção Federal, no SIE que é Estadual e o SIM que é o Selo de Inspeção Municipal. Foi uma luta travada por este grupo e por todas as pessoas que tem interesse nessa Vigilância Sanitária. Todos os Senhores sabem que o leite  e seus derivados sem seus devidos cuidados, trazem perigos e podemos contrair doenças. Nós que já temos essa estrutura toda. Temos esse trabalho desenvolvido e a persistência que temos no momento difícil que estamos passando hoje. Todos sabem que viver do leite hoje é um verdadeiro milagre pois o custo de produção é muito grande, ainda mais o leite com o gado confinado. O produtor de leite está fazendo milagre. Nós que temos este patrimônio todo estimado como vocês viram aí, a gente fica em uma situação delicada. Por quê?  Porque é um patrimônio muito alto para ser desfazer e não se sabe nem para quem. Então ficamos agradecidos por essa atitude do Poder Público Municipal, através dos órgãos competentes e queremos não só solicitar desta Casa de Leis, mas fazer um apelo que não só o produto de origem animal, mas todos os produtos sejam regularizados no nosso Município. Venda Nova tomou um nome muito grande e talvez nossa estrutura não esteja compatível com esse nome que conseguimos trazer para cá. Só nós Vendanovenses, pessoas que gostam disso aqui é que  vão conseguir fazer com que essas coisas se aproximem. E  uma atitude dessa que traz qualidade e seriedade para os produtos que produzimos só vem a ocupar este espaço. Outros espaços tem que ser ocupados, mas esse espaço da Vigilância Sanitária, na vigilância de animais, de vegetais no Município só vai engrandecer porque todos sabem que Venda Nova tem um grande potencial no Agroturismo. Quem puder ter o Selo Federal, ótimo , se não puder que tenha o Estadual e se não puder, que tenha o Municipal.. Não precisa ser associado da Aagrope para ter o Selo qualquer pessoa tem condições de se adequar e fazer um produto de qualidade em qualquer nível. Temos uma influência forte de Municípios vizinhos especialmente neste aspecto do leite. Temos que achar uma solução para que eles possam se quiserem comercializar produtos aqui. As pessoas de Municípios vizinhos vem para Venda Nova para fazer movimento de comércio, de banco e várias coisas e não é justo que fechemos a porta para eles virem aqui vender seu produto. Mas eles tem que se adequar a nossa realidade. Esse é o pensamento que espomos em nome desse grupo que está aqui. Pedimos aos Vereadores que olhem isso com muito carinho, não para  ceder a pressão. Temos que acertar as coisas para engrandecer o nome de Venda Nova. Não pensem que nós da Aagrope queremos benefícios somente para nós, mas para Venda Nova. Muito Obrigado.”

Data de Publicação: terça-feira, 26 de maio de 1998