Privatização do Banestes

“Estamos fazendo esse trabalho em todos os municípios do Espírito Santo na medida do possível, numa campanha que o Sindicato está travando pelo Banestes público. É uma campanha contra a privatização do Banestes. Todos aqui devem saber que estamos vivendo um momento dos governos privativistas, tanto federal quanto estadual. Nós do Sindicato dos Bancários, ideologicamente somos contra as privatizações. Fora essa parte da nossa ideologia, a gente gostaria de fazer uma retórica do que foi privatizado em nosso Estado e o que isso trouxe de benefício ou malefício para nossa sociedade capixaba. Nós tivemos a privatização da Escelsa e é só pegar uma conta antes e uma depois da privatização para ver que os aumentos foram muito maiores. Nós tivemos picos de energia constantemente no nosso Estado, como aconteceu também com a Light no Rio de Janeiro, estragando aparelhos eletrodomésticos. A falta de energia ano passado no Rio de Janeiro foi um caus com um calor de quarenta e cinco graus. Tiveram bairros do Rio de Janeiro que ficaram três dias sem energia elétrica. Tivemos a privatização das comunicações no Estado com a privatização da Telest. Estamos ainda sofrendo com isso e não preciso falar pois já assisti as moças da Telemar fazendo explicações aqui. Tivemos muitos problemas, sem falar no aumento das tarifas. E lembrando que o dinheiro das privatizações que por promessa seriam investidos na saúde e educação, acho que nem precisamos dizer que nosso país continua do mesmo jeito. Vemos no Espírito Santo as pessoas morrendo na porta dos hospitais por falta de atendimento. Os diretores e funcionários públicos dessas empresas dizendo que tem que fechar pois não tem como atender porque está sobrecarregado. E os diretores de alguns hospitais sendo demitidos porque a pessoa morreu e ele não tinha como atender. Temos todo o crédito de dizer porque somos contra a privatização. O outro lado que olhamos principalmente porque representamos a classe trabalhadora, é o desemprego. Nós tivemos mais de quatrocentos pessoas demitidas na Escelsa. Na Telest teve um processo e não tenho um número exato. Isso vem prejudicando o país inteiro. Privatização leva a demissão. Por que estamos nessa briga contra a privatização do Banestes ? Das empresas públicas do Estado é o que está na mira da privatização, segundo a informações que o Sindicatos dos Bancários tem. Estamos recorrendo a todos os municípios por quê ? Vocês tendo o Banestes privatizado naturalmente o banco será fechado nas pequenas cidades. Aqui em Venda Nova o Banestes pode até não ser fechado e continuar porque a empresa privada tem interesse em investir em municípios e cidades que tenham mais dinheiro em circulação. Não podemos negar que Venda Nova é um Município muito agraciado nessa questão. Agora nós temos certeza por exemplo que dos doze ou treze funcionários que tem, vão ficar com cinco. Sabemos que é muito difícil ficar desempregado depois de trabalhar dez, vinte anos numa empresa aprendendo a fazer aquele trabalho e sair de uma  empresa com quarenta anos de idade. Estamos muito preocupamos com esse lado pois sabemos que na hora que privatizar o Banestes ele tinha cinco mil funcionários. Quando começou a vir esta questão da privatização, já em 1996 foram demitidos quase setecentos funcionário de uma só vez. Isso causou uma tragédia para a família dos bancários aqui no Estado. Se continuar e for privatizado os dois mil e setecentos que tem hoje irão para menos de mil. Municípios que estão se desenvolvendo como Laranja da Terra, Irupi e Ibitirama vão ficar sem nenhuma agência bancária. Nós estamos nessa briga junto com direção do banco, Sr. Deosdete Lorenção, que é Presidente do banco e é filho da terra que tem uma parceria com o Sindicato dos Bancários nisso aí pois é uma coisa que colocamos juntos. O Banestes é um banco tem que levar o desenvolvimento. Ele precisa competir no mercado como outro. Ele precisa estar em bairros pobres como São Pedro em Vitória.  Ele precisa estar no município de Irupi que é um município pequeno, novo e pobre. Ele precisa estar nesses lugares porque ele é o banco o Estado do Espírito Santo, porque ele é o banco do povo capixaba, que tem que levar o desenvolvimento a nossa terra de um modo geral. Tivemos na semana passada aí as denúncias que todos acompanharam do mau uso do Banestes. Isso é uma coisa que não podemos deixar de falar aqui. Os funcionários da Casa com certeza não compactuam com isso. Qualquer que tenha sido o funcionário que tenha quebrado o sigilo bancário do Governador José Inácio, está aí disposto a defender esse trabalhador com todas as suas armas possíveis. Não consideramos o bancário que fez isso, culpado de qualquer coisa. Consideramos ele um herói. Porque ele teve coragem de fazer uma denúncia, apesar de ser, digamos entre aspas, o maior cidadão do estado, mas que usou o Banestes de má fé. Vamos dizer que foi uma operação legal como ele tentou justificar, mas para nós isso é imoral. Imoral porque era uma dívida de campanha, uma dívida antiga. Ele só pagou essa dívida quando começou  a vir a tona as informações que havia essa dívida. Antes mesmo de ser pago por duas empresas que segunda alegações são empresas que tem bom porte, empresas que não atuam no Espírito Santo. Isso já ficou esclarecido que as empresas tem negócio no Espírito Santo. Não são empresas um tanto confiáveis. Infelizmente temos que passar por isso. Isso é uma coisa que prejudica muito o Banestes e seus empregados, mas tenho certeza absoluta que cada bancário do Banestes que está sentado aqui, como nesse Estado inteiro tem seu argumento para defender o banco e explicar para o cliente o quê e porquê aconteceu, e oferecer o bom serviço que os bancários do Banestes sempre prestaram a sociedade capixaba. Lamentamos esse tipo de coisa. Queremos que o Banco do Estado do Espírito Santo seja usado para o desenvolvimento do Estado, para financiar o pequeno agricultor como é a função do Banco Social, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Queremos lutar incansavelmente para que o Banestes não seja usado para interesses dessa ou daquela pessoa. Aconteceu isso aqui no Estado e temos o exemplos dos usineiros de Alagoas que pegam dinheiro emprestado com o banco. E não são quatro, cinco mil, igual os pequenos produtores aqui pegam para plantar sua horta e seu cafezinho não. São milhões de reais que são pegos dessas empresas públicas, depois abrem falência e não pagam e vai ficando assim. Nós exigimos  apuração dos fatos e pagamentos dos inadimplentes. Então, o que nós podemos fazer junto aos Vereadores aqui de Venda Nova ? Os Vereadores podem ajudar nessa campanha passando telegramas para o Governador, para os Senadores, para do Deputados Federias e principalmente para os Estaduais. Podem aprovar moção de apoio a campanha, contra a privatização. Da maneira como vocês acharem melhor. Temos um abaixo-assinado rodando e se vocês não tiverem aqui a gente pode trazer e pedimos a assinatura de toda a sociedade contra essa privatização. Os Vereadores são as pessoas que mais tem contato com a comunidade. Cada um tem sua região de maior atuação. Cada um pode conversar com sua comunidade. Acho que vocês estão mais próximos da sociedade e podem fazer esse trabalho, principalmente articular com os Deputados Estaduais que foram mais votados na região porque o aval final é deles. A privatização o Banestes só será aprovada dentro da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Então, nós temos que ter todo um poder de articulação e felizmente ou infelizmente sabemos que esse canal é político. É através da pressão em cima dos deputados, dos senadores e governador é que podemos conseguir. isso. Como estamos quase próximos ao pleito eleitoral isso não é tão difícil de fazer. É essa a mensagem que queria colocar e pedir o apoio para que não deixemos que mais uma empresa seja vendida e não saibamos onde vai esse dinheiro que nunca é investido diretamente na sociedade, gerando só mais desemprego. Para encerrar eu gostaria de dizer para o companheiro Chico que essa questão do mármore é muito importante que comecemos a mexer com isso. Podemos fazer pouco, mais nunca pode se pensar que não vai se fazer nada porque pode-se um fazer pouco porque existem coisas piores que isso. Em Itaocas na região de Cachoeiro tem uma vila que se chama Vila das Viúvas que são as mulheres que ficaram viúvas dos trabalhadores do mármore que morreram em acidentes de trabalho. Em primeiro de maio eles fazem um desfile dos trabalhadores mutilados por esse extração que é feita sem nenhum critério com relação ao meio ambiente e não tem segurança no trabalho. Quer dizer, nosso Estado como o Brasil todo está exportando como ele disse, sem receber nada em troca e ainda imaginem quantos milhões de reais se gastam com esses trabalhadores mutilados e esses que morreram e as viúvas que ficaram. Queria agradecer a todos, ao Marquinho que me cedeu o espaço, ao Sérgio que me ajudou conseguir aqui e dizer que o Sindicato dos Bancários agora tem uma pessoa que representada nessa região que sou eu e estamos dispostos a trabalhar e lutar pelo sucesso de Venda Nova. Muito Obrigada.”

Data de Publicação: terça-feira, 28 de setembro de 1999

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