Dia do Maçom e as ações desenvolvidas pela entidade

“Excelentíssimo senhor Presidente da Câmara de Vereadores de Venda Nova do Imigrante, senhor Tiago Altoé, em nome de quem cumprimento a todos os Excelentes Vereadores presentes, senhoras e senhores presentes, prezados rádio-ouvintes. Gostaríamos de agradecer ao excelentíssimo senhor presidente desta Casa de Leis pela oportunidade que nos deu de nos pronunciarmos aqui sobre a Maçonaria, uma vez que amanhã, vinte de agosto, comemora-se, no Brasil, o Dia do Maçon. O dia vinte de Agosto foi escolhido como Dia do Maçom, no Brasil, em homenagem à atitude do Maçom Joaquim Gonçalves Ledo que, em discurso inflamado proferido durante reunião conjunta das Lojas "Comércio e Artes" e "União e Tranquilidade", do Rio de Janeiro, conclamou a todos os Maçons do Brasil a se juntarem em torno de Dom Pedro Primeiro e impedir o retorno do Brasil à condição de colônia de Portugal. Esta ação em vinte de Agosto de mil e oitocentos e vinte e dois foi mais uma a se somar a outras tantas que culminaram na declaração da Independência do Brasil em sete de Setembro de mil e oitocentos e vinte e dois. Vale lembrar que com a vinda da Família Real e da nobreza portuguesa para o Brasil em mil e oitocentos e oito, fugindo à invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, o Brasil havia sido elevado à condição de reino "Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves" e seria inaceitável o retorno à condição de colônia, como pretendia Portugal. O que é a Maçonaria? É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pela solidariedade, pela lealdade e pelo respeito à autoridade e à religião. Por que a denominação Maçom? Maçom vem do francês e significa pedreiro. Desde a antiguidade, os construtores por possuíssem conhecimentos especiais se destacavam em meio às demais profissões. Formavam como colégios sacerdotais. Na idade Média, os construtores de catedrais e palácios eram beneficiados, por parte das autoridades eclesiásticas e seculares com alguns privilégios tais como: franquias, isenções, tribunais especiais, etc., eram cidadãos livres numa época de muita privação da liberdade. Daí a denominação francesa de franc-maçom traduzida como pedreiro-livre. A arquitetura constituía, então, a Arte Real, cujos segredos eram transmitidos somente àqueles que se mostrassem dignos de conhecê-los. Havia entre aqueles construtores como um Ideal, a construção da obra suprema, a construção do Templo Ideal. O que se exige de alguém que queira ser Maçom? Além de ser um homem livre e de bons costumes, a Maçonaria exige de todos seus adeptos que creiam na existência de um Ser Supremo, a quem denominamos Grande Arquiteto do Universo, que criou tudo que existe, tudo que existiu e tudo que existirá. A Maçonaria não é uma Sociedade Secreta, é uma Associação Discreta que adota em suas ações o princípio bíblico de que "a mão esquerda não saiba o que a mão direita faz". A Loja Maçônica Dezenove de Novembro, Número Trina e Oito, de Venda Nova do Imigrante, é uma entidade filantrópica, de utilidade pública, reconhecida pela Lei Municipal noventa e oito de vinte e nove de novembro de mil e novecentos e noventa e um. Este ano em de dezenove de Novembro completará vinte e cinco anos de atividades. A Instituição participa da Defesa Civil Estadual e sua atuação filantrópica se dá junto ao Hospital Padre Máximo, à Apae, à Afepol, aos asilos regionais, e principalmente em ações diretas, com doações de cestas Básicas. Estando sempre à disposição das comunidades. Qual a origem da Maçonaria? Sob o ponto de vista formal, a organização atual da Maçonaria foi estabelecida em vinte e quatro de Junho de mil e setecentos e sete, em Londres. Apesar de não ser possível definir com precisão a origem histórica da Maçonaria, acreditamos que sua origem esteja ligada à construção do Templo de Salomão no século XI antes de Cristo. No entanto, existem menções que nos fazem acreditar que sua origem seja anterior à construção do Templo de Salomão. Estas menções levam a origem da Maçonaria ao antigo Egito, à construção das Pirâmides. Independentemente da origem histórica, a Maçonaria está ligada aos construtores, e isto explica o porquê da simbologia maçônica estar toda ela relacionada ao tema construção. Seus símbolos mais conhecidos, até mesmo publicamente conhecidos, são os instrumentos do pedreiro: o esquadro, o compasso, o prumo, a régua, o nível, o maço, o cinzel, etc. Todo Maçon está imbuído do propósito da construção: construção do templo da virtude e da verdade, construção de si mesmo, de seu caráter e de sua personalidade. Todo Maçom está imbuído da construção de um mundo melhor. Esta é a base do nosso objetivo principal, "tornar feliz a humanidade". Não é possível haver humanidade feliz sem seres humanos felizes. Por sua vez, a felicidade do ser humano pressupõe não apenas a garantia da subsistência física, “nem só de pão vive o homem”, mas também de seu constante aperfeiçoamento moral, intelectual e espiritual. Somente um ser humano, equilibrado nestes três aspectos, pode almejar a felicidade e a verdadeira liberdade. Historicamente, a Maçonaria tem sido intransigente na defesa de ideais como: Liberdade - liberdade de pensamento, de expressão, de investigação, de associação, enfim, liberdade para busca da verdade; Igualdade - igualdade entre todos os seres humanos. Todos nascemos iguais e como iguais temos o direito de viver; Fraternidade - fraternidade que é a expressão do amor e da solidariedade que deve existir não apenas entre seres humanos como também entre nações. A fraternidade é o que nos une como verdadeiros irmãos. Devido à sua intransigência na defesa dos ideais acima, a Maçonaria tem sido alvo de difamações e até de perseguições. Porém, por ser uma Associação Discreta, a Maçonaria não procura dar respostas diretas às difamações. Ela considera que o caráter e o bom exemplo de seus adeptos sejam a melhor resposta. Em coerência com seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a Maçonaria tem se posicionado publicamente em momentos marcantes da história de nações e povos. Podemos citar como exemplo, a independência dos Estados Unidos da América do Norte, em mil e setecentos e setenta e seis, e a Revolução Francesa em mil e setecentos e oitenta e nove, onde os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade foram claramente expressos. No Brasil, vários eventos tiveram a participação direta e fundamental da Maçonaria. Dentre eles destacamos a Declaração da Independência do Brasil, em mil e oitocentos e vinte e dois, como já dito antes, obra de Maçons do Rio de Janeiro; a Libertação dos Escravos, em mil e oitocentos e oitenta e oito; e a Proclamação da República, em mil e oitocentos e oitenta e nove. Em coerência com nossos ideais e com nossas ações no passado, a Maçonaria não pode ficar calada frente aos graves acontecimentos que continuam afetando o mundo e especialmente os que nos afetam aqui no Brasil. Não podemos ficar calados quando povos oprimem outros povos por professarem religiões diferentes. Quando fanáticos oprimem as mulheres por não concordarem com o direito que elas têm à educação e à cultura, por privarem as mulheres da liberdade de escolha. Quando povos se hostilizam por não darem ao outro o direito e a liberdade de se organizarem como nação. Quando escondido sob o falso pretexto de defesa da democracia e dos direitos humanos, nações são invadidas por conta de seus recursos naturais. A humanidade carece de fraternidade, de solidariedade, a humanidade carece de amor. O saudável equilíbrio que deveria haver entre os aspectos material, intelectual e espiritual do ser humano foi rompido. O aspecto material se sobrepuja sobre os outros e domina as aspirações humanas. O ser humano está desequilibrado, e a sociedade humana está doente. Como consequência e exemplo deste desequilíbrio, surgem o fanatismo religioso, o fanatismo ideológico, o fanatismo partidário. O fanatismo se expressa até mesmo nos esportes, vide futebol. A Maçonaria defende que o equilíbrio entre os aspectos material, intelectual e espiritual é o antídoto contra toda e qualquer manifestação de fanatismo. Outra evidência de predomínio do aspecto material é a dificuldade em concordar que as atividades humanas estão alterando para pior o clima do planeta. A concordância implicaria em modificações profundas nos sistemas e meios de produção, nos meios de transporte, nos meios de geração de energia e na agricultura. Estas modificações implicariam em custos que nem empresas nem governos estão dispostos a arcar. O que é incrível nisso tudo é que se os cientistas estiverem corretos, praticamente já não há mais o que fazer para evitar a deterioração climática, e o que é pior: não há outro planeta para onde irmos quando este ficar inabitável. Voltando nossa atenção para o Brasil, não podemos ficar calados frente a tantos escândalos: Escândalo da Petrobras - A Petrobras valia quase quatrocentos bilhões de dólares antes do atual governo, hoje vale cento e cinquenta bilhões. O marido e sócio da Senhora Graça Foster, presidente da Petrobras, firmou vários contratos com a Petrobras, muitos deles sem licitação. Escândalos no Mais Médicos - Não bastasse a dúvida que resta sobre se o problema da falta de saúde pública no Brasil é culpa dos médicos, impressiona a velocidade como se decidiu pela "importação" de médicos estrangeiros, notadamente Cubanos. Será que havia tantos médicos desempregados em Cuba para "exportá-los" para o Brasil? Será que está de acordo com nossas leis pagar a estes médicos mais do que se paga a um médico Brasileiro? Será que está de acordo com nossas leis pagar parte do salário deles a uma empresa fora do Brasil? Será que não seria equivalente ao "trabalho escravo" receberem, aqui no Brasil, apenas o necessário para sua sobrevivência e o restante do salário ser enviado para fora? Segundo o TCU não há registro sobre oitenta e cinco do valor do contrato, um vírgula vinte e sete  bilhão de reais. Há ainda o caso dos diplomas falsos. Foi constatado que os diplomas de quarenta e um médicos Cubanos, inscritos no "Mais Médicos", eram falsos. Desigualdade tanto no acesso à justiça quanto no cumprimento de penas judiciais. Todo crime, por mais insignificante que seja, deve ser punido e a pena deve ser cumprida. No entanto, uma mulher que roubou uma latinha de margarina foi condenada e cumpriu pena de sete meses de reclusão. O jornalista que assassinou a namorada foi condenado em última instância e, já se passaram mais de dois anos, sem que ele tenha ficado um único dia na prisão. Onde está a igualdade? Bolsa família - Antes, temos de dizer que somos a favor de programas de distribuição de renda. Julgamos que este é um dos deveres do estado. As exigências para participação no programa vão desde consultas médicas regulares para gestantes a índices mínimos de frequência às aulas para os menores de idade. No entanto, até em função do tamanho do País e da dificuldade de comunicação com regiões remotas onde vive um grande número de participantes, ficamos preocupados quanto à verificação do cumprimento das exigências. Corre-se o risco de oferecer ajuda financeira completamente desvinculada do mérito. Os beneficiários passam a considerar que a ajuda que recebem é um direito seu e o veem como direito permanente. E para garantir este "direito", político inescrupulosos negociam a permanência no Bolsa Família com troca de votos. Neste caso, este programa deixa de ser salutar, não favorece a evolução e o engrandecimento do ser humano. Ao contrário, o inferioriza, tira dele o objetivo e o orgulho de prover pela própria vida, tira dele a altivez humana. O indivíduo perde o respeito próprio, perde o amor próprio, vira um vagabundo que vai votar em qualquer um que garanta seu direito a continuar recebendo sem fazer nada em troca. E a geração seguinte a esta, como vai ficar? Como vão aprender o valor e a importância do trabalho? Como vão entender que é o trabalho que dignifica o homem, se não têm este exemplo? Urnas eletrônicas - Temos nos orgulhado da rapidez de apuração do nosso sistema eleitoral via urnas eletrônicas. É rápido, mas não é imune a fraudes. Já foi denunciado que longe dos centros urbanos tem havido coisas estranhas como o caso de um candidato a vereador que nem o voto dele, nele mesmo, apareceu no resultado da seção onde ele votou. O caso de outra candidata a vereadora que dos quinze parentes, entre pais, irmãos, primos, etc., nem apenas um voto sequer apareceu no resultado da seção onde todos, inclusive ela, votaram. A Universidade de Brasília, a pedido, invadiu, “hackeou”, uma urna e alterou quatrocentos e setenta e quatro dos quatrocentos e setenta e cinco votos lá registrados. E continuamos a acreditar que nosso sistema de urnas eletrônicas é infalível! Com tantos escândalos, com tantos motivos para nos indignarmos, continuamos impassíveis como se vivêssemos no melhor dos mundos. E por que será que estamos tão impassíveis? Uma explicação pode ser porque perdemos a esperança de que nossa ação possa melhorar qualquer coisa. Outra explicação pode vir de Júlio Cesar, imperador de Roma que quando perguntado sobre como controlar o povo respondeu: Ad populum panis et circenses - para o povo, pão e circo. Pão, leia-se Bolsa Família; Circo, temos vários: Novelas, onde em geral os personagens nos dão exemplo de comportamento completamente contrário àquele necessário para se ter uma sociedade harmoniosa, ordeira, respeitadora e principalmente trabalhadora. Raros personagens de novela trabalham. Em geral, há sempre alguém querendo passar a perna em outro. Programas de TV de domingo à tarde, nem é necessário falar sobre estes. Futebol. Copa do mundo - com os bilhões gastos, quantas escolas e hospitais poderiam ter sido construídos e bem equipados? Quantos professores poderiam ter sido melhor qualificados? Este sim seria um grande benefício ao país, este sim seria o grande legado. Foi construído um estádio em Mato Grosso para quarenta e quatro mil pessoas. Custou milhões. Durante o campeonato estadual Mato-grossense do ano passado, a soma do público de todos os jogos chegou a trinta e sete mil. Ainda outra explicação que vem da postura cínica de que o Brasil "sempre foi assim" como se nunca fosse possível mudar. Aqui vale a frase de Elisa Lucinda, artista capixaba: “Sei que não dá para mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dá para mudar o final”. Aqui nós voltamos ao nosso propósito, nos espelhando em ações Maçônicas do passado: Não podemos ficar calados Quando, em nosso nome, nosso governo apoia e se alinha a ditadores; não podemos ficar calados frente a tantas inversões de valores quando crimes viram atos heroicos, vide mensalão onde compra de votos virou ato político legítimo e onde criminosos julgados e condenados viraram presos políticos; não podemos ficar calados quando todos concordam que a educação é a única forma de melhorar o Brasil, no entanto, e apesar das promessas, os investimentos não se concretizam. A razão é simples: políticos mal-intencionados sabem que um povo educado não votaria neles. Então, vão continuar prometendo e nunca cumprindo. Ainda falando sobre educação, vários brasileiros, jogadores de futebol, receberam o prêmio de melhor jogador do mundo. No entanto, o Brasil não tem sequer um ganhador do Prêmio Nobel, que premia literatura, artes e ciências. Somos duzentos milhões de habitantes e nenhum prêmio Nobel. Argentina cinco, Chile dois, Peru um, Venezuela um, Estados Unidos trezentos e trinta e oito, Alemanha cento e três, Israel dez. Se nossos programas de TV, em horário nobre, se dedicassem com a competência que se dedicam ao esporte, talvez tivéssemos brasileiros neste time de laureados com o Nobel. Alguns, mais desesperançados, têm até defendido o retorno ao governo militar como forma de acabar com tantos escândalos e tanta corrupção, como forma de acertar o Brasil. Esquecem, porém que ditadura, seja de direita ou de esquerda, sempre vem acompanhada de privação da liberdade e da liberdade, nós Maçons, não abrimos mão. Somos contra qualquer espécie de ditadura! Aliás, não devemos transferir para os militares o que compete a nós, sociedade civil, fazer. Senhor presidente, é muito importante estarmos aqui hoje nesta Casa de Leis. Não apenas em comemoração ao Dia do Maçom, mas também porque acreditamos que qualquer iniciativa de mudança deste nosso querido Brasil deverá necessariamente começar nas cidades, principalmente nas cidades menores. Nenhuma iniciativa de mudança virá do governo federal, pois lá já está tudo muito emaranhado nesta forma viciada de fazer política, da política do "é dando que se recebe", das armações, das alianças espúrias. Nós acreditamos que a mudança nascerá nas cidades menores, que servirão de exemplo às maiores e assim contagiaremos o País inteiro. E aqui termino repetindo a frase de Elisa Lucinda: “Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dá para mudar o final”. Senhor presidente, muito obrigado pela oportunidade que nos deu.”
2ª Parte:
“Mais uma vez boa noite a todos. Gostaríamos mais uma vez de agradecer a oportunidade que nos foi dada, de nos pronunciarmos aqui nessa tribuna e dizer que nos colocamos, e isso eu falo com toda certeza em nome de todos, nos colocamos à disposição para tudo o que for necessário. E parafraseando, infelizmente, o saudoso Eduardo Campos, nós maçons jamais vamos desistir da humanidade. Nós temos certeza que a humanidade caminha sempre para melhorar e nós estamos imbuídos desse propósito e vamos continuar nele. A gente acredita, como falou o nobre vereador Tiago Altoé, que se cada um de nós melhorar, vai melhorar o seu em torno e melhorando o em torno, vai espalhando, difundindo essa melhora para o mundo inteiro. É isso que nós acreditamos firmemente e é o que nós praticamos em nossas lojas, é o que nós queremos que aconteça sempre. É que o grande arquiteto do universo nos proteja e nos ilumine. Obrigado e boa noite.” 

Data de Publicação: terça-feira, 19 de agosto de 2014

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