Dia Mundial da Água

“Boa noite a todos! Gostaria de cumprimentar o presidente desta Casa, vereador Paulinho Minete, cumprimentar os demais vereadores, público aqui presente, radiouvintes, internautas. Uma boa noite. Como o presidente disse o motivo da minha vinda a essa tribuna hoje, é trazer uma reflexão para o público de um tema muito relevante para todos nós, que é a água. Dia vinte e dois de março que foi esse domingo passado, é comemorado o Dia Mundial da Água. E, este ano, devido às dificuldades, aos problemas de escassez hídrica, que nós temos passado, esse tema merece ainda mais estar em pauta, estar em discussão, e essa data traz essa reflexão para que haja um momento de reflexão em todo o mundo. É o Dia Mundial da Água. É o momento para a gente parar, discutir, refletir, planejar. Nós vínhamos assistindo o problema de falta de água em São Paulo e não imaginávamos que isso fosse nos atingir de uma forma tão rápida. E vivenciamos aí o período mais longo, dos últimos 40 anos de estiagem aqui no Espírito Santo que acabou afetando também o município de Venda Nova do Imigrante. Não chegamos a ficar sem água nas torneiras de nossas casas, mas houve diminuição da vazão de água disponível no Rio Viçosa, afetando, comprometendo, de certa forma, o abastecimento público de nossa cidade e também os agricultores. Como o vereador Chico Foletto colocou aqui houveram grandes perdas na agricultura devido à falta de água para irrigação, acarretando prejuízos da ordem de treze milhões aqui, para o município, que levou até o município a decretar Situação de Emergência, com o emprenho do secretário de Agricultura, nosso amigo Sávio Filete. Esse decreto de Situação de Emergência vai estar colaborando e facilitando nessas negociações dos agricultores, de suas dívidas juntos aos seus financiadores. Nós só não ficamos sem água, devido a existência da barragem de Alto Bananeiras. Nosso sistema de abastecimento de água aqui na cidade, ele conta com duas fontes de captação, o Rio Viçosa que é a principal fonte e a barragem de Alto Bananeiras. Não ficamos sem água, mas também não ficamos em uma situação confortável. Houve drásticas reduções no volume do Rio Viçosa. Geralmente, a maior parte da água é capitada no Rio Viçosa e uma pequena complementação é capitada na barragem de Alto Bananeiras, isso em períodos normais. Porém, nesse período de seca que a gente passou, nos dias mais críticos essa realidade se inverteu, sendo a barragem nossa principal fonte de água, saindo aí de um fornecimento de três litros por segundo para até dezoito litros por segundo. Então, se não houvesse essa fonte alternativa e fossemos contar somente com o Rio, com a água do Rio , como vários municípios contam, teríamos tido o problema com racionamento de água também. Não tivemos problemas, apesar da situação não se confortável, sabemos que a barragem foi essencial para garantir isso. Mas, também, não podemos deixar que essas chuvas que estão caindo agora, abençoadas, por sinal, demorou um pouquinho a chegar. São as chuvas de março, fechando o verão. Mas, não podemos também, deixar que essas chuvas nos façam esquecer do período de estiagem que nós tivemos. Porque tivemos janeiro, fevereiro, praticamente, sem volume de chuva, um volume muito reduzido, sem chuva mesmo. Será que as chuvas que estão agora, em março, nos abastecendo, será que elas serão suficientes para estar abastecendo os lençóis freáticos, para estar garantindo  a vasão das nascentes durante o período de inverno, que é um período considerado seco. Pode até ser que não seja essa realidade, mas se agente for pensar como realmente acontece, é um período que é considerado seco. Será que essas chuvas foram suficientes para abastecer os nossos lençóis de forma que a gente pudesse esquecer dessa questão da seca? Eu penso que não. Penso que a gente deve continuar se preocupando e pensando cada vez mais em como podemos estar contribuindo para um uso racional desse recurso que é a água. Aqui a média, no município, a média de consumo da população  está em torno de mais de duzentos litros por habitante por dia. Essa é a média, segundo informações da Cesan. O que a ONU recomenda são cento e dez litros por habitante por dia. Ou seja, a gente está consumindo quase o dobro do recomendado, isso considerando o período que nós tivemos de seca, considerando as campanhas que foram feitas pela Cesan nas rádios, carros de som na rua. Não foram  suficientes para mobilizar grande parte da população, já que a média de consumo, ela não reduziu, ela permaneceu da mesma forma. Então, nós acreditamos que muitos se sensibilizaram com a questão, mas a grande parte da população ainda não. Ainda não se sensibilizou e por isso não houve a  redução no consumo. E, considerando isso, considerando que mesmo com essas campanhas da Cesan, não houve essa redução, nós percebemos que havia a necessidade de intensificar  essas ações para conscientizar a população para reduzir o consumo de água. Estamos, agora, com foco nas escolas, uma parceria com a Câmara, uma ideia do presidente Paulinho, nós convidou para ajudar a confeccionar um material informativo com informações sobre a situação de água aqui em Venda Nova, dicas de como economizar água. Então, nós elaboramos esse material e vamos estar, a partir dessa semana, já iniciando essa semana a distribuição, secretaria de Meio Ambiente junto com a Câmara. Nas escolas, fazendo um conversa com os professores, para fazer uma sensibilização, para que eles trabalhem esse tema com os alunos, não só agora na semana da água, mas durante todo o ano. Trata-se de uma mudança de atitude e para promover essa mudança, nós temos que ter um trabalho permanente. Então ficou um material muito bacana. Pepe, mais uma vez, parabéns pelo seu trabalho. E, eu acredito que vai ser bem útil nas escolas, para estar trabalhando essa questão. No início do ano, teve um enfoque aí com a população e não teve o efeito tanto quanto esperado. E, agora então, vamos estar focando as escolas, trabalhar essa questão de redução do consumo. Um exemplo de que isso é muito possível, é que no início do ano, a equipe da prefeitura estabeleceu uma meta, também, de redução do consumo de água nos prédios públicos, nas secretarias para que a gente também se comprometesse em fazer a nossa parte. E, no Centro Agroambiental, por exemplo, a partir de adoção de medidas simples, que  nós aproveitamos a situação para ajustar algumas condutas. Só com a questão de não utilizar mais a mangueira, nós conseguirmos ultrapassar a meta que a gente estabeleceu. Então, nós reduzimos mais de vinte por cento do consumo de água. Na verdade, nesse mês eu verifiquei que foi reduzido cinquenta por cento do consumo de água. Nós já não consumíamos tanto, Nós, hoje, estamos consumindo, consumimos nesse último mês, como referência, seis metros cúbicos de água, apenas com uma questão de, uma atitude sustentável, uma atitude racional quanto na limpeza do prédio e em outras vivencias que nós temos lá. Então, hoje, já não se utiliza mais a mangueira e a gente percebeu o desperdício que havia, realmente, com esse modo de fazer limpeza. Todas as donas de casa, a gente gosta muito de utilizar água na limpeza. Mas, a gente tem aí que repensar e se preocupar se a gente tem tanta água disponível e se a gente está com uma atitude correta em prol da conservação da água e do Meio Ambiente. Mas voltando um pouco a situação da escassez, nós começamos a receber os alertas da Cesan sobre essa diminuição no volume do córrego em outubro do ano passado. Foi o primeiro alerta de grande redução do volume do Rio Viçosa, que é a principal fonte de captação. Então a partir daí nós nos reunimos com a Cesan, nos reunimos com a equipe da prefeitura para pensar em ações que pudessem estar contribuindo para aumentar a disponibilidade de água na bacia. E aí, nós focamos na bacia de São José que é de onde vem, de onde nasce o Rio Viçosa e onde estava sendo detectada a redução do volume. De imediato nós já pensamos e executamos a prática das caixas secas. Foi uma ação, que nós vimos como prioritária, porque considerámos o período de outubro, não esperávamos que iríamos passar por esse período de estiagem tão grande. Então fomos implantando caixas secas com a intenção de coletar as águas do verão, das chuvas de verão que não vieram. Mas, conseguimos com a determinação do prefeito de deixar uma máquina lá, como prioridade para executar  essas caixas, com prioridade para essa prática lá na bacia, para favorecer o aumento da infiltração de água no solo e abastecer o lençol freático. Nós conseguimos implantar mais cento e vinte caixas secas, além das que já existiam no local. É uma prática muito simples, é uma prática conhecida e praticada no município que além de contribuir para prevenir e controlar os processos erosivos em estradas, vai impedir que essa água, que fosse perdida através do escoamento superficial, que ela seja captada nessas caixas, que são esses buracos no chão que funciona como reservatórios e vão permitindo a infiltração no solo e o abastecimento do lençol para garantir a vasão das nascentes, principalmente no período de inverno. Então é uma prática que nós já executamos e vamos expandir e que agora, também, vem sendo, nesse período de estiagem, recomenda do pelo Governo do Estado, para que se faça essa prática no intuito de estar captando a água, evitando que ele escorra da bacia e vá embora. Uma outra ação que está prevista também,  com o objetivo, também, de contribuir para a infiltração de água no solo, é a divulgação do reflorestar, principalmente do programa reflorestar, principalmente lá, nessa bacia do São José. Nós já fizemos a divulgação desse programa no Alto Bananeiras. Hoje, nós temos quinze propriedades que estão sendo atendidas por esse programa e agora vamos trabalhar essa divulgação, também,  lá na bacia do São José.  É um programa do Governo do Estado, acho que vocês já conhecem, mas que tem como proposta reconhecer o proprietário pelo esforço que ele fez de manter as matas em pé. Então, quem tem mata na propriedade recebe um incentivo, um valor por essas matas que manteve e o programa, também, disponibiliza insumos, como mudas, adubos, cercas se for preciso, para recuperação de nascentes, de mata ciliar que são muito importantes para recuperar as áreas de recarga e contribuir para o aumento da infiltração de água. Então, é uma próxima ação que a gente vai estar fazendo lá na bacia do São José. É uma ação importante também, só aproveitando gancho, para os produtores rurais, que estão com o prazo quase vencendo para a inscrição no Cadastro Ambiental Rural, vence agora no dia seis de maio. Esse Programa Reflorestar vem para ajudar as propriedades a se regularem.  O código florestal, as leis florestais, elas se flexibilizaram um pouco para regularização das propriedades rurais. Na área urbana, não foi tanto flexibilizado, mas na área rural houve algumas mudanças. Então, as áreas de preservação permanente, por exemplo, elas reduziram o tamanho para fazer a recuperação. Antes, a gente tinha que recuperar trinta metros qualquer córrego, hoje de acordo com o tamanho da propriedade, você recupera cinco metros, oito metros e no máximo quinze, quando você tem a área ocupada com atividades agrícolas. Então, as áreas de nascentes que também são ocupadas com atividades agrícolas reduziu o tamanho para recuperação, de cinquenta metros para quinze metros.  Então o CAR, ele é um cadastro para adequação da propriedade, de acordo com a legislação. E o programa reflorestar, ele é importante nessa regularização, porque tem que recuperar cinco metros do seu córrego, esse programa vai te dar as mudas, o adubo, os insumos e tudo que é necessário para você conseguir colocar esse programa do CAR na prática. E só lembrando, para os proprietários de  até vinte e cinco hectares e que se enquadrem como agricultores familiares, não tem nenhum custo e o IDAF realiza essa inscrição para vocês. Continuando no assunto aqui da água, uma outra questão que nós estamos trabalhando é uma parceria, também, com o Ifes, através do professor Aldemar Moreli, a gente já teve, nós já tivemos algumas reuniões, e estamos buscando outras práticas que favoreçam também a infiltração de água no solo, além das caixas secas, além de reflorestamento. Estamos buscando outras práticas para serem implantadas tanto na bacia do São Jose, na bacia do Rio Viçosa, quanto também na bacia do córrego bananeiras. Então, é um assunto que nós estávamos discutindo desde de outubro já com algumas ações em andamento e percebemos também a necessidade de ampliar essas discussões. Por enquanto essas ações que foram adotadas foram mais discutidas no âmbito da prefeitura, mas devido à relevância desse tema, é importante que essa discussão seja ampliada. Que a chegada da chuva não nós faça esquecer e que nós tenhamos outro momento para isso. Até abraçando uma ideia do vereador Tiago, que sugeriu a realização de um fórum, quanto a isso nós vamos estar, Tiago, realizando este fórum no final de abril. Vereador Tarcísio, junto com vereador Pimenta já estiveram na secretaria conversando sobre como seria esse evento, dando sugestões. Então, no final de abril nós vamos continuar com essa agente Água no nosso planejamento, não somente no Dia da Água, ela vai estar presente durante todo o ano. E vamos ter esse fórum com que objetivo? Discutir qual é a real situação de disponibilidade de água aqui no município e quais são as nossas demandas futuras. Então para isso a gente vai contar com a Cesan, vamos convidar todo o Poder Legislativo, várias secretarias, órgãos ambientais como Idaf, Agência Estadual de Águas, instituições de ensino, Ifes a própria Ufes que já está elaborando nosso plano de saneamento que também abrange essa temática da água. O tema água é um dos quatros eixos que são tratados nesse plano de saneamento. Todas essas instituições, lideranças da sociedade civil vão estar sendo convidadas para estar discutindo a real situação da disponibilidade de água que a gente tem no município para que a gente possa realmente estar planejando ações a curtos, médios e longos prazos para que a gente garanta a disponibilidade de água para toda a população. E, nos já temos conhecimento de que a barragem de Alto Bananeiras, apesar de está sendo essencial nesse momento para garantir o fornecimento de água, ela não vai ter um período tão longo de vinte anos como foi projetada. Já sabemos que há necessidade de outros pontos de captação ou de adequação do atual sistema de abastecimento num período curto. Então, vai ser um momento para nós estarmos discutindo essas questões. Bom, então, em lembrança ao dia da água, eu gostaria de estar trazendo hoje era essa reflexão e mais uma vez convidando a população para que, realmente, se comprometa com essa questão e que a chuva não nos faça perder a memória da seca. Por hoje, era só, muito obrigada.”

2ª parte

Gostaria de parabenizar o vereador Tiago Altoé pela sua preocupação com a questão ambiental, ficou bem evidenciado aqui, na sua fala. Sempre o empenho que tem demostrado em trazer a discussão dessa temática para essa Casa também. Quanto a questão do corte de árvore, nas margens de estrada, a prefeitura passa pelos mesmo tramites burocráticos que qualquer cidadão quando vai requerer o corte de árvore junto ao IDAF. Então, nós pagamos taxas, muitas vezes nós temos que elaborar um projeto para justificar a supressão florestal, como ocorreu, por exemplo, na estrada velha de Lavrinhas. Precisamos fazer todo um embasamento para justificar o corte das árvores. E, temos trabalhado nessa questão avaliando os pontos que podem ser identificados muitas vezes pelo secretário de Obras, Acácio Cora, que está sempre rodando pelo município. E quando nos chegam outra demanda. Buscamos, depois da indicação do vereador Pimenta, uma conversa com o IDAF para avaliar se era possível fazer o atendimento, a vistoria de todas as estradas. Porém nos foi colocada essa dificuldade de quer a taxa ainda seria superior as que a gente costuma pagar, porque a vistoria seria por quilômetro. Então, isso iria resultar em um custo que não seria tão interessante para o município. Mas, a gente coloca a secretaria de Meio Ambiente à disposição.  Já me coloquei à disposição do vereador Pimenta para ir verificar in loco os casos que ele identificou, assim como a gente tem trabalhado com as outras situações identificadas por outros funcionários da Prefeitura. Muitas vezes acaba que não é a prefeitura que tem que fazer a solicitação do corte, às vezes é o produtor rural. Ás vezes tem um propriedade rural, o produtor tem interesse em fazer uso da madeira. Então a situação tem que ser avaliada caso a caso, mas a gente está à disposição. Quanto as colocações do vereador Tarcísio, os programas, essa questão de reflorestamento de nascentes, só reforçando, Tarcísio, mais uma vez, temos aí o reflorestar que é o programa do Governo do Estado, mas que está já no município, já está em andamento na comunidade de Alto Bananeiras e pretendemos também estar mobilizando, sensibilizado alguns produtores da comunidade de São José, para estarem participando do programa, que além dessa ação de reflorestamento, de reconhecimento através de pagamento pelas matas que existem na propriedade, também tem um viés econômico. Então, o programa extrapola as questões de área de preservação permanente. Através desse programa o produtor consegue, por exemplo, adquirir mudas de palmitos para acabar gerando outras alternativas de renda em outras áreas da propriedade que não seja árias para reflorestamento. Então, é um programa muito interessante, ele é possível estar em todo o território do município, o mas estamos com o foco nas bacias de abastecimento, mas qualquer proprietário que tiverem interesse, a secretaria está à disposição para esclarecer, para fazer o cadastro, é só procurar a gente lá. Quanto à questão da programação do fora de lula nas estamos finalizando a programação essa semana. Como você disse, é um evento que está em parceria com a Secretaria de Agricultura. Senhor Benjamim, nós temos cinco a previsão de atendimento aos produtores rurais, muito importante a sua colocação, vai estar havendo palestras direcionadas para essas dúvidas de implantação de barragens, que precisa ser feito, o que pode e o que não pode. Hoje já houve uma flexibilização da questão da implantação de barragens. Já tem barragens que são dispensadas de licenciamento. Então, não há tanta burocracia mais para estar implantando essas barragens. É de competência do Idaf, mas é dispensada de licenciamento. Então, o secretário Sávio também está com essa preocupação de trazer pessoas para estarem abordando a questão da água voltada para os produtores rurais também. No mais, agradecer a oportunidade de estar utilizando essa tribuna para estar falando de um assunto que diz respeito a todos nós. Por hoje é só. Obrigada.”

Data de Publicação: terça-feira, 24 de março de 2015

Acompanhe a Câmara

Receba novidades por e-mail ou siga nossas redes sociais

  • Ícone do Youtube
  • Ícone do Facebook
  • Ícone do Instagram
  • Ícone do Twitter

Atendimento ao Público

De segunda à sexta, das 12h às 18h

Telefone

(28) 3546-0074

WhatsApp
(28) 99946-1818

Sessões Plenárias

Todas as terças-feiras 19h

Endereço

Av. Evandi Américo Comarella, nº 385 - 4º andar Venda Nova do Imigrante – ES - CEP: 29375-000

Localização

Copyright © Câmara Municipal de Venda Nova do Imigrante. Todos os direitos reservados.

Logo da

Política de Privacidade

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com as condições contidas nela.