“Boa noite a todos e a todas de lula em especial
os estudantes que se fazem presentes e as que estão em suas casas. Hoje
colocamos o seu dia, queridos estudantes, juventude aguerrida. Hoje não é só
dia de comemoração, é um dia de luta, é um dia assim como muitos outros nós nos
mobilizar anos, nós reivindicamos, nós vamos à luta para defender os nossos
propósitos e as nossas pautas. Há mais de setenta e cinco anos os estudantes
organizados no país reivindicam os seus interesses, em especial hoje, a União
Municipal dos Estudantes Secundaristas traz a história da União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas, que aqui nos representa, que há sessenta e sete anos
vem lutando em prol dos nossos ideais. Uma juventude que conseguiu derrotar a
ditadura, que estava na luta, que garantiu muito dinheiro, muitos avanços em
prol dos estudantes a União Municipal dos Estudantes Secundaristas em setembro,
na primeira quinzena, completa dois anos de fundação. Não foi fácil. O primeiro
ano, o mais turbulento, é o ano que se concretiza o movimento, que faz os
estudantes entenderem a necessidade de uma organização, a necessidade de se
unirem. Em especial esse último ano, o ano que a gestão dois mil e catorze a
dois mil e quinze foi eleita, em setembro passado, nós conseguimos trazer ao
movimento estudantil vendanovense visibilidade. Não só uma visibilidade a nível
de município, mas a nível nacional. Em muitos eventos que nós vamos
representando os estudantes de Venda Nova, a
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas fala conosco porque sabe
da nossa luta. É um município pequeno, é um movimento estudantil jovem, mas que
vem se fortalecendo, vem se mostrando organizado. Isso conta muitos pontos em
um movimento estudantil. Uma das maiores pautas hoje, em especial no dia de
hoje, é a lei municipal de grêmios, que o texto que o vereador Tiago Altoé leu
contou com a participação da União
Municipal dos Estudantes Secundaristas na sua elaboração. Então, é um projeto
de lei que fala pelo estudante, tem a nossa voz, tem as nossas lutas nesse
texto. Sobre o curso de formação política que o vereador também citou, a UMES
apoia, incentiva e participará desse curso, porque enquanto jovens, enquanto os
militantes do movimento estudantil, que nós nos construímos, que o estudante se
constrói enquanto ser político que o homem é. A nível nacional o movimento
estudantil luta contra o machismo, o racismo e a homofobia. Historicamente
lutamos contra toda forma de opressão, promovendo debate dos temas em seus mais
diversos espaços de discussão. Os estudantes pautam combater o bullying, a homofobia,
práticas responsáveis por uma parcela significativa do absenteísmo nas salas de
aula. Também pautada contra o racismo e o machismo. A temática da emancipação
feminina e da presença das mulheres em todos os espaços decisivos da sociedade,
é pauta presente da entidade. A União
Municipal dos Estudantes Secundaristas é composta em sua maioria por mulheres,
mulheres que enfrentam desde os primórdios do preconceito, preconceito que se
reverbera nas escolas. Hoje as mulheres estão em frente aos grêmios, estão à
frente de famílias e nas ruas. Tocamos também a reformulação do ensino médio,
mas uma reformulação que não se atém especificamente ao ensino médio, mas uma
reformulação do nosso modelo de educação. Um modelo extremamente arcaico, que
não atende aos anseios do estudante. A juventude tem o seu jeito, a juventude
tem seus aspectos, tem suas particularidades. No entanto, o nosso modelo
educacional não evolui de tal maneira, não atende em nossas totalidade. A
principal bandeira dos estudantes ao lado do financiamento da educação e da
reforma do ensino médio brasileiro, com um dos grandes desafios que a união
brasileira, que a união estadual e a união municipal dos estudantes têm pautado
em diversos espaços. A infraestrutura das escolas brasileiras apontam algo
errado. Há apenas quarenta por cento das instituições públicas possuem
laboratórios de informática ou bibliotecas. Os problemas estruturais vão desde
a falta de equipamentos qualificados, como quadras cobertas, salas
climatizadas, segurança, entre outros déficits que apontam total abandono. Nós
insistimos no financiamento do ensino médio para escolas bem equipadas, porque
quanto mais equipada é a nossa escola, mais possibilidades o estudante tem de
avançar nos seus estudos, não só no estudo, mas na pesquisa, na extensão, que
se formam o eixo completo da educação. Pautamos a eleição democrática para o
diretor. Muitas vezes em nossas escolas não temos diretores, temos ditadores,
onde o estudante não pode se organizar, não pode lutar pelos seus ideais. No nosso
estado tivemos casos de uma mobilização de estudantes e o diretor da escola
suspendeu todos os alunos. E isso tem que acabar, o estudante tem que tomar o
seu papel na educação, o papel de protagonista. Não somos meros participantes
da educação, somos protagonistas. Sem nós a educação não se faz. Lutamos por
uma educação onde o conhecimento trocado, onde o professor detêm o poder
absoluto, onde o estudante também tem o seu conhecimento e que esse
conhecimento possa ser trocado, que esse conhecimento saia da sala, que esse
conhecimento ganhe a dimensão que ele possa tomar. Lutamos pela educação laica,
afinal, todos têm direito de ter uma religião ou não, mas temos o dever de
respeitar a posição de cada um. Respeitamos as diversidades. Queremos mais tecnologia
disponível no ambiente escolar. Queremos a
valorização do professor e a sua qualificação, porque desse jeito eles
estarão mais dispostos a ensinar, não só ensinar, mas trocar conhecimento.
Queremos o investimento em esporte e cultura, dentro e fora da escola. Queremos
a gestão democrática nas instituições de ensino, como eu já disse, a eleição
direta para diretor. Por que os estudantes não participam? O que os impede de
participar? Queremos que a legislação se cumpra, a qual institui o estudo de
história de cultura afrobrasileira e indígena, para afirmar a diversidade que o
nosso país tem. Lutamos pelas interdisciplinaridade entre as matérias. Temas
como sexualidade, sexo, preconceito de gêneros, drogas e muitos outros que não
podem se tornar tabus dentro de uma sala de aula, haja vista que os jovens são
diversos, as realidades são diversas. Agora, vou ler a carta feita pela
presidenta do grêmio, Olga Benário, Ana Paula, o grêmio da escola Fioravante
Caliman: "É com grande alegria ter o dia do estudante comemorado com a
representatividade dos educandos, ainda mais sendo advinda do movimento
estudantil, que historicamente tem lutado pela garantia dos nossos direitos na
educação. Há pouco menos de um ano a nossa escola, Fioravante Caliman, deu o
seu primeiro passo na luta pelo protagonismo estudantil, e teve o seu grêmio
criado. Hoje, queremos falar um pouco sobre a realidade dessa instituição. Na
última semana tivemos uma péssima notícia. Após quinze anos o Fioravante saiu
do ranking das primeiras colocadas do estado e foi para a septuagésima sexta
posição das notas do Enem. Infelizmente a nossa escola só tem perdido por conta
da retenção de gastos. Já não tem como pagar um bibliotecário e dessa forma
temos o nosso acesso à leitura limitado. O nosso laboratório de ciência da
natureza transformou-se em sala de aula por conta do grande contingente de
estudantes e perdemos boas chances de tornar as nossas aulas mais atrativas,
práticas relegadas a realidade. Perdemos um conhecimento que não é conquistado
através de livros, perdemos também um projeto, um dos projetos mais produtivos
que tínhamos, a amostra cultural e científica. O projeto, além de uma ótima
fonte de conhecimento, promovia a socialização, o trabalho em equipe, o
comprometimento e a responsabilidade. Tão pouco todos os professores
infelizmente são devidamente qualificados. O terceiro ano sofre com o descaso,
a falta de real apoio, a ausência de simulados para preparação para o Enem e
vestibulares. Nosso dever enquanto estudantes, portanto, é a entender e
respeitar o ambiente plural que compõe em uma escola, não se acomodar e não
desistir frente aos problemas encontrados e seguir sempre na luta pela educação
de qualidade". Agora a carta que a presidenta do grêmio Aurelisa, do
instituto federal Campos Venda Nova, Leila Nascimento: "É com imensa
felicidade que presenciamos o desenvolvimento e consolidação do movimento
estudantil e Venda Nova do Imigrante. Essa luta está passando a ser
reconhecido, afinal, todos possuímos o direito à educação de qualidade. Porém,
sabemos que nunca devemos nos conformar, pois sempre há melhoras a serem
conquistadas. Somos a juventude que não se conforma com monotonia. Queremos
falar, nos expressar e opinar. Somos o futuro da sociedade, a geração que
buscam mudanças e melhorias em nossos sistemas. Hoje justamente, o dia em que
se comemora o dia do estudante, o grêmio e estudantil Aurelisa do Ifes Campos
Venda Nova do Imigrante, comemora um ano de existência e não poderia haver data
melhor. O reconhecimento da autonomia do movimento estudantil traz
credibilidade merecedora de um movimento que mostra cada vez mais a sua força e
organização para a conquista de seus interesses, como hoje, dia em que
pretendemos obter a aprovação futuramente da lei municipal de grêmios, o que
mostra o reconhecimento por parte das autoridades locais. Por isso esperamos
que esse vínculo se torne cada vez mais forte de em sincronia. Saudações
estudantis". Muito obrigado a todos.”
2ª Parte
“Gostaria nome de todos os estudantes
secundaristas de Venda Nova do Imigrante agradecer esta Casa de Leis por abrir
essa oportunidade desse espaço, porque o jovem, o estudante, muitas vezes não
têm essa oportunidade de levar os seus anseios, suas conquistas, sua luta, mas
hoje conseguimos trazer isso aqui e que toda a população Venda Nova essa esteja
ciente da existência de um movimento estudantil, movimento unificado, movimento
organizado, movimento que representa os estudantes de Venda Nova. Agradecer a
presença de praticamente toda a diretoria da união municipal dos estudantes,
agradecer a presença em nome da Ana Paula, dos estudantes do Fioravante
Caliman, em nome da Leila, a presença dos alunos do Ifes e agradecer aos
vereadores e que mantenham diálogo com a gente, porque o movimento estudantil
construído, mas o estudante não constrói sozinho. A luta não é só nossa, uma
vez que o ideal de mudança é comum. Desde já convido a todos os presentes,
todos que acompanham essa sessão, a participarem para acompanharem o terceiro
congresso da união municipal dos estudantes secundaristas, que acontecerá nos
dias doze e treze de setembro, no instituto federal do Espírito Santo, Campos
Venda Nova. Nesse congresso serão debatidas as nossas pautas e a partir delas
serão traçadas as bandeiras pelas quais a união municipal vai lutar na gestão
dois mil e quinze e dois mil e dezesseis. Serão dois dias de muita discussão,
muito debate com o propósito de ao final do domingo, chegar a uma pauta, uma a
ata concreta, coesa e que dê nela a vossa estudante, a vês que o estudante
precisa ter. Vamos tomar o nosso papel, sejamos protagonistas. Obrigado.
Saudações estudantis.”
Data de Publicação: terça-feira, 11 de agosto de 2015